domingo, 5 de julho de 2009

Agregaminas fortalece produção de queijo e mel no Estado

Marinalva Soares
Agregar valor a produtos da agricultura familiar para inserção e conquista de mercados. Este é um dos objetivos do Agregaminas, programa estruturador da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) que, por meio de diversas ações, vem dando força à produção de queijo Minas artesanal e de mel. Experiências de sucesso podem ser conhecidas em diversas partes do Estado.

É o caso, por exemplo, da microrregião de Guanhães, no Leste do Estado, onde quatro municípios que produzem queijo Minas já contam com oito queijarias cadastradas no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Juntos, os municípios de Sabinópolis, Paulistas, Dom Joaquim e Materlândia fabricam cerca de 31 mil quilos de queijo por mês. Além de fazendas produtoras, as queijarias são organizadas em cooperativas e associações que comercializam os produtos nas regiões Leste, Centro e Nordeste de Minas e em Belo Horizonte.

O produtor rural de Sabinópolis Euler Menezes de Pinho recebeu assistência da Emater-MG durante todo o processo de produção, desde o manejo sanitário do rebando até as medidas corretas para a comercialização dos queijos. "Vendo direto nos supermercados em Sabinópolis, São João e Guanhães, uma média de 65 quilos por dia. Com a orientação da Emater-MG, consegui agregar valor e melhorar meu produto", afirmou. Euler aprendeu a fazer queijo ainda criança, observando o pai. Há onze anos, o produtor fabrica e comercializa queijos, mas somente em 2008, conseguiu cadastrar o produto no IMA.


Estímulo ao associativismo
Outra proposta do Agregaminas é estimular a organização coletiva dos produtores. Em Rio Piracicaba, na região Central, a apicultura é a principal atividade de Gilberto Antônio de Souza. A propriedade dele tem 43 apiários e um total de 800 colméias. Por ano são produzidas 32 toneladas de mel. No início Gilberto trabalhava sozinho, competindo com outros concorrentes. Com o suporte da Emater-MG Gilberto descobriu o associativismo e filiou-se à Associação Apícola do Médio Piracicaba (Apimel). "A gente dependia de atravessadores e empresas que não tinham condições de buscar nossos produtos. Outro problema era a falta de informação sobre técnicas de manejo, pois individualmente a gente fica desinformado", afirmou.


A Apimel reúne 65 associados em 14 municípios e já foi inclusive contemplada por outro programa gerenciado pela Emater-MG, o Minas Sem Fome. Por meio do programa, a Apimel conseguiu equipamentos para o processamento do mel e diversificou as atividades. Atualmente participa de programa federal de aquisição de alimentos, que abastece creches e escolas, beneficiando cerca de nove mil alunos em oito municípios da região do Médio Piracicaba. A produção total da associação é de 200 toneladas ao ano. E para conquistar novos mercados, os associados já planejam a construção de um entreposto para expandir as fronteiras do produto, conquistando também espaço no mercado internacional, segundo Ítalo Alves Guedes, diretor da Apimel.


Para o gerente do Departamento Técnico da Emater-MG (Detec), Feliciano Nogueira, a Emater-MG está fazendo um trabalho de orientação aos apicultores desde o momento da produção, coleta e processamento do mel até a rotulagem do produto. "Na perspectiva de inserir no mercado formal e ter marca própria", explicou. Nogueira acrescentou que, "o Agregaminas proporciona condições na prática para que o homem do campo saia da situação de produção e comercialização de produtos in natura para atingir o mercado com um produto de maior valor agregado".

Atualmente o Agregaminas trabalha com mais de 190 empreendimentos legalizados nos órgãos competentes do município, Estado e União, como por exemplo, as queijarias cadastradas no IMA. A gestora do programa, Cristina Maria Linhares, informou que o programa atua não apenas no desenvolvimento da agroindústria, mas também do artesanato rural. "Estamos com uma perspectiva de alcançar um resultado na capacitação de técnicos em todas as cadeias produtivas. Buscamos a promoção da segurança alimentar, manutenção dos agricultores no mercado e a legalização dos empreendimentos da agricultura familiar com algumas metas definidas", disse.


via Agência Minas

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